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Uma tarde com Abel Braga no Uniko: novo italiano no Centro foi um golaço do treinador!

No meio do futebol você conhece algumas pessoas realmente incríveis. Uma delas foi Abel Braga. Durante um ano e meio convivi quase que diariamente com o treinador na cobertura do Fluminense. E nesta semana dividi uma mesa com ele no recém-inaugurado Uniko, restaurante do qual se tornou sócio. Foi uma tarde realmente fantástica que serviu para comprovar dois pontos essenciais: o Rio de Janeiro ganhou mais uma belíssima casa italiana, esta no Centro da cidade, e Abel marcou um golaço mesmo não entrando mais em campo.

Sentamos na agradável varanda, com um isolamento acústico que chamou atenção. O visual é incrível. O restaurante fica no Edifício Galeria Sul América e a arquitetura imponente dos anos 20 foi aproveitada. O pé direito alto chama atenção e compõe o visual. O salão possui decoração sóbria e iluminação agradável. A adega localizada acima do bar ficou muito bonita. Após mais de uma hora de entrevista com Abelão sobre a saída do Fluminense, chegava a hora de comer.

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Antes de qualquer coisa, uma cesta de pães fresquíssimos feitos na casa acompanhados de manteiga e azeite aromatizado. A focaccia de tomate estava extremamente leve.

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Abel não me falou o que viria da cozinha. Era tudo surpresa. Eis que a entrada era polvo. Não sou fã, mas encarei e fiquei longe de me arrepender. Os tentáculos estavam no ponto certo de maciez e com um sabor fantástico do grelhado. Vieram repousados em dois molhos: um pesto clássico e um de tomate defumado, e coroados por um croquete de batata tão leve que derretia na boca. Um prato extremamente feliz onde tudo harmonizava. Na taça um branco francês Chablis.

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O principal foi um tiro certeiro. O ravióli de massa fresca cozida de maneira perfeita vinha recheado de vitela. Uma fonduta espetacular de grana padano trazia cremosidade necessária além do sabor marcante do queijo. E o caldo de vitela reduzido espalhado por cima equilibrava o tempero e dava ainda mais personalidade ao prato. Apenas três componentes. Para que mais? O brilho está na simplicidade.

Na taça, o sommelier Dionísio Chaves, um dos sócios da casa, sugeriu um tinto de personalidade. Mas Abel resolveu intervir com a voz de comando e sugeriu uma taça do Pinot californiano que ele estava experimentando – Greg Norman. Achei que poderia não casar, mas acabou dando muito certo.

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Já estava mais do que satisfeito, mas eis que me deparo com uma das melhores sobremesas que comi nos últimos tempos. Um mil folhas extremamente leve recheado com creme e morango. Não durou cinco minutos. Se viesse outro, seria traçado da mesma maneira. Incrível mesmo.

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No Fluminense, Abel comandou craques como Deco e Fred. No Uniko, se juntou a três: o já citado Dionísio, Nicola Giorgio e Fabrizio Giuliodori. Os dois primeiros comandam os também bem sucedidos Duo e Bottega del Vino e o último o Alessandro & Frederico. Um quarteto de ataque de respeito no time da gastronomia. Sinal de que a casa terá vida longa. E quem ganha nesta partida somos nós!

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Uniko
– Rua da Quitanda 86 – loja 105, Edifício SulAmérica, Centro, Rio de Janeiro – RJ
(21) 3806-6334
Seg a sex, do meio-dia às 20h.

Ps: A entrevista para o GLOBOESPORTE.COM você confere clicando aqui.

Dúvidas ou considerações é só deixar no comentário ou mandar via Twitter ou Instagram (@GastroEsporte), ou melhor ainda, vai lá na página do Facebook e escreve por lá! Beijos e abraços em todos!

Peixes frescos e mariachis com vista para o Pacífico.. Almoço lindo em Talcahuano!

Sei que dificilmente algum leitor irá planejar visitar a província de Concepción, no Chile. Eu mesmo mal havia ouvido falar até saber que o Fluminense, clube que acompanho o dia a dia pelo GLOBOESPORTE.COM, iria enfrentar o Huachipato pela Libertadores. Com isso, lá fui eu ao lado dos tricolores conhecer a pequena e pacata Talcahuano. E digo, foi uma experiência incrível poder ver como a cidade foi reconstruída após sofrer há três anos com uma tsunami gerada pelo sexto maior terremoto da história.

Uma das portas de entrada da onda foi a Avenida Lenga, que, após a reconstrução abriga restaurantes simples, mas deliciosos como o La Barca. Em frente ao mar do Pacífico que abastece as casas com peixes fresquíssimos, a casa serve comida simples, bem feita e autêntica. Fomos parar lá por indicação do simpático motorista René, que disse comer sempre na casa. Ou seja, se os locais vão é para lá que devemos ir. E não poderia ter sido melhor. Para começar, antes da comida, saca a vista do restaurante. O Oceano Pacífico inteiro para você.

A incrível vista do Oceano Pacífico.. E pensar que há três anos este mar subiu com uma tsunami e devastou a região inclusive o La Barca..

A incrível vista do Oceano Pacífico.. E pensar que há três anos este mar subiu com uma tsunami e devastou a região inclusive o La Barca..

O almoço começou com as sopaipillas, pão em forma de disco e frito em óleo. Acompanha uma pasta de pimenta bem picante, mas saborosa, e uma salsa de tomate que, como é comum por lá, carregada no coentro.

O couvert consiste em um pão chamado sopaipillas acompanhado de uma salsa e uma pimenta bem picante!

O couvert consiste em um pão chamado sopaipillas acompanhado de uma salsa e uma pimenta bem picante!

Sentamos do lado da cozinha e a todo instante a gente via as cozinheiras simpáticas olhando o movimentado salão.

O staff é jovem, mas a cozinha é comandada por simpáticas senhoras que toda hora conferem o salão..

O staff é jovem, mas a cozinha é comandada por simpáticas senhoras que toda hora conferem o salão..

Para beber, Santa Emiliana. Era a única meia garrafa da casa. Nada demais, um simples Sauvignon Blanc. Quase um vinho da casa, mas geladinho desceu bem.

Única meia garrafa da casa, este sauvignon blanc não tinha nada de especial, mas caiu bem...

Única meia garrafa da casa, este sauvignon blanc não tinha nada de especial, mas caiu bem…

Fomos aos pedidos então. Os peixes frescos e pescados no dia servidos na casa podem ser feitos a la plancha, na frigideira com manteiga e ervas, ou empanado e frito. Todos pedimos a primeira opção. Eu fui em um salmão com batatas cozidas e salada simples. Vale ressaltar que, mesmo um pouco passado, o sabor do peixe é incrivelmente diferente do que estamos habituados no Brasil. Delicioso.

Salmão fresquinho com batatas cozidas e uma saladinha simples... Delícia presente justamente na simplicidade..

Salmão fresquinho com batatas cozidas e uma saladinha simples… Delícia presente justamente na simplicidade..

O grande parceiro Kiko Menezes foi de reineta. O peixe é encontrado na costa chilena e lembra muito o nosso linguado. Fresco, saboroso e bem feito, foi acompanhado de batatas fritas.

A Reineta veio com fritas... O peixe é incrivelmente leve e saboroso...

A Reineta veio com fritas… O peixe é incrivelmente leve e saboroso…

Já o amigo Cabral, conhecido como Russo, também foi de reineta, mas “a lo pobre”. Esta combinação consiste em cebolas caramelizadas e um par de ovos fritos por cima do peixe. Combinação inusitada, mas que caiu bem.

A Reineta pode vir "a lo pobre", com ovo e cebolas caramelizadas por cima... Combinação diferente...

A Reineta pode vir “a lo pobre”, com ovo e cebolas caramelizadas por cima… Combinação diferente…

No fim, outro fato inusitado. Uma banda de mariachis entrou no salão e começou a tocar músicas latinas. Poderia ser chato, mas acabaram contagiando e animando o almoço de todos.

Os Mariachis entraram e animaram o fim do almoço. Cena inusitada na pacata Talcahuano!

Os Mariachis entraram e animaram o fim do almoço. Cena inusitada na pacata Talcahuano!

Como disse, sei que é difícil alguém planejar uma visita para Talcahuano. Mas se por algum capricho do destino você cair lá como eu caí, reserve um tempo para conhecer e almoçar no La Barca. Não vai se arrepender!

Mais informações sempre no Twitter e no Instagram (@GastroEsporte). Até a próxima! Beijos em todos! Ah! Lembrando que agora o Gastronomia por Esporte também está no Facebook! Cliquem e curtam a página! Por lá vocês vão conferir todas as novidades do blog! http://www.facebook.com/gastroesporte

La Barca Restaurant
Avenida Lenga 306 Of. Hualpén – Talcahuano – (56) – (41) – 2433305 – Chile

Bar dos Guerreiros… Um novo espaço no Fluminense… Detalhes gastronômicos da festa!

Tudo bem, prometi que aqui o futebol ficaria de lado. Mas e quando esporte e gastronomia estão juntos? Aí é unir o útil ao agradável. Na última quarta-feira, 28 de novembro, o Fluminense inaugurou em parceria com a Brahma o Bar dos Guerreiros, restaurante temático que ocupou o espaço do finado quilo do Fran Mourão. Com convidados ilustres, entre eles os jogadores que conquistaram o tetracampeonato brasileiro, atores, ídolos do passado e membros da diretoria, a festa foi animada e regada com muita cerveja gelada.

Chopeira estilizada que reproduz uma trave é um dos atrativos do balcão do Bar dos Guerreiros

Ainda é cedo para avaliar a cozinha do espaço. Para falar a verdade, esta é, no momento, uma missão impossível. Foram muitos quitutes circulando pelos salões, mas boa parte deles, ao que consta, não farão parte do cardápio fixo do local que, durante o almoço, funcionará em sistema de buffet e no jantar com serviço a la carte, incluindo refeições e petiscos.

Justamente por isso, aqui não se encontram fotos do que foi servido. Em breve, com o local em pleno funcionamento, farei uma crítica mais completa. Mas desde já alguns toques. O ponto alto acabou sendo um simples pastel. Ao juntar carne seca com queijo meia cura, este petisco do qual sou um imenso apreciador ganhou ares criativos e saborosos.

Camisas retrô estão expostas nas paredes como parte da decoração temática que marca o lugar

O mesmo não se pode dizer do croquete e do bolinho de feijoada – ambos, por sinal, devem fazer parte do menu fixo. O primeiro veio extremamente massudo e com pouco sabor. Salvava-se ao molhar na mostarda escura. Já o segundo também decepcionou na textura e no paladar. Novamente o molho que acompanhava tornou o bolinho comível. Uma mistura de suco de laranja reduzido e tabasco. Caiu bem o agridoce com a pimenta no fundo. Talvez em um dia normal, com tempo de preparo sem a pressão da alta rotatividade de uma festa de inauguração, possam ser boas opções junto com o chope.

Convidados se esbaldam com Brahma e quitutes durante a festa de inauguração do Bar dos Guerreiros

Este, por sinal, foi a grande ausência. A chopeira temática que reproduz um gol, algo muito criativo e realmente bonito na decoração que fará qualquer torcedor do Fluminense abrir um sorriso, estava desativada na festa sendo substituídas por long necks. Além da chopeira, camisas históricas, fotos atuais e de antigos ídolos, televisões com gols históricos e perguntas interativas e mesas personalizadas fazem a composição do espaço revitalizado que, com organização e boa comida, promete ser um sucesso.

De resto, foram servidos chips de aipim com carne seca, razoáveis, crepes de frango ao curry, aprovados, cubos de queijo coalho empanados com um pingo de goiabada derretida, bem interessante, folhados de alho poró, gostosos, tartare de atum, terrível, caldinho de feijão, saboroso, terrine de salmão, na qual o forte gosto do peixe mascarou os demais temperos, steak tartare, também ruim, um tabule não mais do que correto e uma das piores brandades de bacalhau que comi na vida. Se esse prato entrar no cardápio fuja correndo!

Jogadores do Flu que conquistaram o tetracampeonato brasileiros estiveram presentes

O local foi inaugurado em festa privada, mas ainda não abriu ao público geral. A previsão é estar em pleno funcionamento no dia 5 de dezembro. Quem for e quiser compartilhar a experiência sinta-se em casa. No mais, como disse, em breve um comentário mais aprofundado. O que se pode dizer agora é que a torcida tricolor ganhou um espaço promissor e que promete encher, principalmente em dias de jogo. Já a imprensa que cobre o dia a dia nas Laranjeiras poderá novamente almoçar antes ou depois das atividades do time, algo que estava fazendo muita falta. E em breve a Brahma fará o mesmo com o Flamengo na sede da Gávea. Também estaremos lá para conferir. Um abraço!